A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças da Nigéria, foi nomeada para chefiar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela se tornou a primeira mulher e primeira africana a liderar a organização.O mandato começou no dia 1º de março de 2021 e irá até 2025. Okonjo-Iweala substituirá o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, que foi diretor-geral da OMC por sete anos, desde 2013, mas renunciou ao cargo em agosto do ano passado.
Durante a adolescência, entre 1967 e 1970, Okonjo-Iweala presenciou a guerra civil na Nigéria. Entre 1973 e 76, ela estudou economia do desenvolvimento em Harvard e obteve pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em 1981.
Pouco depois, ela começou a trabalhar no Banco Mundial e ficou lá durante 25 anos, chegando à posição número 2 como diretora administrativa (2007-11), sempre defendendo a ideia de que é possível ter uma estratégia para que o comércio tire as pessoas da pobreza.
Em 2003, abandonou o cargo bem remunerado para retornar ao seu país e servir como ministra das Finanças. Ela se tornou conhecida pela sua postura rígida nas negociações.
Uma de suas maiores conquistas ocorreu em 2005, quando conseguiu negociar uma redução colossal da dívida do país, ajudando a Nigéria a obter sua primeira classificação de dívida soberana.
Ela também conseguiu desvincular o orçamento do preço do petróleo, permitindo ao país economizar dinheiro em uma conta especial quando os preços da matéria-prima estavam altos.
Suas reformas econômicas tiveram um impacto de longo alcance e salvaram a Nigéria em um período crítico. Em 2010, ela levantou quase US$ 50 bilhões em doações para a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Banco Mundial para os países mais pobres.
A OMC tem a função de promover o livre comércio entre economias de mercado, estimular reformas à Organização nos seus três pilares (negociações, solução de controvérsias e transparência) e demonstrar resultados.
Durante o seu mandato, Okonjo-Iweala afirmou que também irá facilitar a maior participação das mulheres no comércio internacional, especialmente nos países em desenvolvimento, onde maiores esforços devem ser feitos para incluir empresas de propriedade de mulheres no setor formal.